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Saldão Ponto Frio.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Meu primeiro emprego de telemarkenting.

O meu primeiro emprego aconteceu quando eu ainda estava no ensino médio. Já não aguentava mais vestir aquele macacão de mecânico industrial cheio de graxa. Eu percebi que aquilo não era mesmo para mim, então comecei procurar emprego. Eu não arrumei não, mas achei um curso de operador de telemarketing que encaminhava para a primeira oportunidade de emprego. Assim eles diziam. Me inscrevi no curso, e descobri logo de prima que aquele curso era uma roubada enormeeeee, pois no curso eles não passavam técnicas genéricas de vendas pelo telefone não. Era mais um treinamento para atuar na tal empresa que dizia que iriamos ser encaminhados. Ou seja, não existia curso nenhum, era uma empresa, que necessitava de mão de obra e oferecia um treinamento, até ai nada anormal. O foda era eles cobrarem por esse treinamento!

Como eu já não aguentava mais estudar em tempo integral, e precisava dar um motivo para meus pais, para largar o curso técnico após um ano de cursinho preparatório fingi que não via nada de errado e fui ficando. Era bem divertido, só gente nova e moderninha, em pleno centro velho de São Paulo. Do lado da praça da Republica! O cara que deu e virou em seguida nosso supervisor, era um sujeito meio "alemãozinho" com óculos, e que fumava o tempo todo. Ele tinha acabado de ter um filho, e acho que tava desesperado e endividado. Ou seja, fudido e mal pago. Acho que ele já trabalhava com isso há um tempão, pois tinha um grande xaveco no telefone. Acho que ele seria capaz de vender areia no deserto, mas fumava e tomava muito café. O tempo inteiro.

Logo que terminou o curso já fomos encaminhado para o trabalho. O trabalho era ativo, ou seja ligavamos para os clientes. E pasmen, não existia critério nenhum, buscavamos os telefones em listas telefônicas, na padaria, ou até mesmo inventavamos numeros. Eram três os produtos que tinhamos para oferecer. O primeiro era um seguro de vida chamado Cash Hospitalar do Bradesco, que pagava um valor "X" por cada dia que o cliente ficasse internado no hospital, além de um seguro de vida, assistência funerária e auxilo internacional, caso fosse preso em outro pais. O foda desse serviço, era que existia uma idade limite, que se não me engano era de 65 anos. Ou seja, só poderiamos oferecer esses serviços para pessoas até 65 anos! Mas não tinhamos informação nenhuma sobre quem estavamos falando. Para resolver esse probleminha eu tinha um macete, era esse aqui:

-Bom dia, com quem eu falo? (tinha que ser firme aqui para me dizerem o nome, sem antes perguntar com quem eu queria falar. Pois dificilmente tinha o nome de alguém).
-Bom dia, se tá falando com a Elza (Elza, é um nome fictício), quem fala?
-Dona Elza, aqui é o Rafael do Banco Bradesco... (era normalmente interrompido aqui)
-Ahhh meu filho, eu sei que tô atrasada no pagamento do boleto.... (putz, acho que todo mundo deve ter algum boleto do Bradesco atrasado)
-Não dona Elza, não estou ligando para cobrar a Senhora não. Sei que é uma ótima cliente e irá honrar seus compromissos, é por saber isso que estou ligando para oferecer o mais novo serviço do Bradesco.... (aqui entrava o salto do ninja, hehehehe) Mas desculpe a pergunta, mas qual a sua idade? (perguntava isso sempre que a voz da cliente era de "Bruxa do mar", ou seja, aparentava ter uns 100 anos)
-Ahhhh meu filho, eu já tenho 70 anos de idade... (putz... merda, não poderei oferecer o Cash Hospitalar!)
-Não brinca!?!? (como eu era falso hehehe) Com essa voz de adolescente?
-Ahhh você acha, mas faz tanto tempo que não ouço isso, você é muito simpático... (viu, é elogiar e elas se abriam todaaaaa)
-Dona Elza, perguntei sua idade pois estou oferecendo um produto para maiores de idade, e achei que não poderia oferecer para senhora. (elas se achavam importante por terem 200 anos e estarem no biquinho do corvo, e ainda assim poderem contratar algum serviço hahaha) Esse produto é o seguro residêncial do Bradesco....(ai mudava para o segundo produto!)

O seguro residêncial era o segundo produto e também tinhamos o cartão de crédito, ambos do Bradesco. Uma coisa que eu achava muito estranha quando conseguia vender o seguro de vida, era que algumas vezes os caras começavam do nada, a falar bem baixinho, quase sussurrando. Eu perguntava por que eles estavam falando baixo, e alguns diziam que era para a mulher não escutar que ele tava fazendo um seguro de vida. Pois se ela soubesse seria capaz de mata-lo para pegar a grana! Meu Deussssss.... eu achava que tava falando com um bando de doidos, mas depois do caso da Suzanne Richthofen e do casal Nardoni, acho que se fosse fazer um seguro de vida hoje também não contaria para ninguem!

Na verdade esse emprego tinha algumas coisas legais. Por ter muita gente jovem, sempre saiamos depois do expediente para beber uma cerveja e jogar bilhar. E foi lá que eu conheci minha grande paixão. A Katherine era uma menina linda (morena jambo, cabelos compridos encaracolados, e olhos puxados como se fosse oriental), mais velha e muito mais experiente. Ela me ensinou a beber, me ensinou a dançar forró universitário, que estava no topo com Rastapé e Falamansa. Acho que eu aturava trabalhar lá naquele lugar só pra ficar perto dela. Ela me causava uma atração impressionante, era capaz de casar com ela e fugir para Cuba! Nunca mais senti tamanha fascinação por alguem. Vivemos muitas coisas boas juntos! Saiamos de segunda a segunda para balada, e faziamos coisas doidas juntos que prefiro nem comentar! Mas ela entrou na faculdade primeiro, e do mesmo jeito que ela entrou na minha vida ela saiu. Mas como queria reencontra-la, já tentei procurar, mas mudou de casa e telefone.

Ahhh, tempos depois a empresa foi fechada e o dono foi preso! Acho que alguém mais revoltado ainda com o falso curso denunciou! o.O Eu não gostava dele mesmo, era um tiozão mala que bebia demais e resolvia dar em cima de todas as meninas, inclusive da Katherine. Tinha vontade de matar ele! O cara era tão safado que contratava deficiente fisico como office boy para não gastar com transporte! Lembro de um que me deu uma lição de como se suicidar com êxito. Ele tinha sido traido e resolveu se matar, então deu um tiro na cabeça. Colocou a arma na boca e pertou o gatilho, mas a bala entrou pelo céu da boca e saiu por cima do crânio, furando até o boné. Boné esse que ele guardava como uma reliquia. Como conselho não custa nada, vou passar para vocês a dica dele. Então cabeção, se um dia quiser se matar com um tiro na cabeça, mire na testa para que a bala saia pela nunca, ou no osso parietal (acima da orelha). Segundo ele, nesses pontos é fatal! E evitará que você fique assim que nem ele, meio lesado e entrando em convulsão sempre.

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